quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Lesão Muscular no esporte


O exercício físico excessivo pode induzir a lesão muscular. Entre os fatores propostos como responsáveis estão: o estresse mecânico, o estresse oxidativo, o distúrbio da homeostasia do cálcio intracelular e a resposta inflamatória.

Os músculos estriados possuem diferentes tipos de fibras que se adaptam, física e bioquimicamente, para responder adequadamente ao que lhe é exigido. As alterações que acontecem a nível muscular são determinadas pela forma de atividade contrátil que esses músculos executam, se essas alterações, porém, provocarem mau funcionamento muscular, diz-se que ocorreu lesão muscular. Lesões à fibra muscular após exercício são normalmente atribuídos à desorganização na estrutura das fibras musculares.

Estruturas da Fibra Muscular

Os métodos utilizados para análise das lesões musculares induzidas pelo exercício físico podem ser efetuados através de medidas diretas e indiretas. Os métodos diretos são realizados através das análises de amostras do músculo ou de imagens de exames complementares como o Ultra Som e a Ressonância Magnética. Já os métodos indiretos são obtidos principalmente por meio do registro de valores de ação voluntária máxima, aquisição de respostas subjetivas de dor (através de escalas de percepção) e análise das concentrações de enzimas plasmáticas, proteínas musculares, mioglobina no sangue, entre outras.

A creatinaquinase (CK), lactato desidrogenase (LDH), fragmentos da cadeia pesada de miosina (MHC), troponina-I e mioglobina, são substancias encontradas como marcadores de lesão muscular, a CK é freqüentemente descrita como melhor marcador indireto de lesão do tecido muscular, sobretudo após exercícios de força ou outros exercícios que exijam ações predominantemente excêntricas, a CK é separada em três formas moleculares distintas: CK-BB ou CK-1 encontrada predominantemente no cérebro, CK-MB ou CK-2, predominante no miocárdio e CK-MM ou CK-3 predominante no músculo esquelético.

As limitações impostas pela lesão muscular, tais como: diminuição da força muscular, diminuição da amplitude do movimento, edema local, e o fator psicológico que vem junto com a dor, fazem com que o atleta tenha menos possibilidades de executar os movimentos necessários.

O processo cicatricial de uma lesão muscular é descrito em três fases. Na primeira, ocorre inflamação caracterizada por formação de coágulo e atividades de substâncias biologicamente ativas como prostaglandinas, serotoninas e fator de crescimento derivado das plaquetas (PDGF). Durante esse período ocorre a liberação de histamina aumentando a permeabilidade dos capilares, o que causa o edema na região lesada. A fase de degeneração e inflamação inicia-se de imediato após a lesão e se estende até 14 dias.

A fase seguinte é a de proliferação onde uma nova camada epidérmica se provocando uma redução do tamanho da lesão. Essa fase pode ter início alguns dias e tem seu ápice em duas semanas.

A última fase é a da remodelagem, também chamada de "fase da fibrose", quando o colágeno e os fibroblastos se realinham, tentando adaptar-se à orientação e função do tecido original. Ela inicia duas semanas após a lesão e pode continuar por meses ou até anos após a ocorrência da fase proliferativa do reparo.

Alguns recursos fisioterapeuticos utilizados na regeneração muscular são: crioterapia, analgesia com o TENS, ultra-som, laser, antiinflamatórios, mobilização e imobilização. A utilização dos recursos fisioterapêuticos citados tem como objetivo a diminuição de sinais e sintomas do quadro inflamatório e melhora da regeneração. Embora seja comum o uso desses recursos, alguns estudos relacionados a eles são bastante controversos, devido provavelmente, às diferentes variáveis utilizadas, como tempo de início do tratamento e tipo da lesão muscular.

Também não podemos deixar de citar a Medicina Tradicional Chinesa que através de seus métodos como: Acupuntura, Moxabustão, Ventosa e Haihua têm demonstrado ser um grande aliado para a reabilitação das lesões musculares nos atletas.

Uma vez que o volume e a intensidade de treinamento estão relacionados com a incidência da lesão muscular, ajustar estas variáveis com treinamentos de fortalecimento e períodos de descanso com métodos de recuperação muscular conforme a individualidade do atleta parece ser um dos aliados importantes para a prevenção dessas lesões.