quarta-feira, 22 de junho de 2011

Yin e Yang: a sabedoria dos antigos chineses em nossa realidade.

Será que hoje ainda podemos falar de Yin e Yang ?  Os chineses de antigamente, apaixonados pela observação e classificação dos fenômenos da natureza, arrumaram o mundo em yin e yang, a quietude e o movimento, o sombrio e o luminoso, o vazio e o cheio, a água e o fogo.  Com essa forma de pensar, a princípio estranha, se torna simples quando percebemos que yin e yang não são forças opostas e distintas, mas qualidades inseparáveis de um mesmo processo.

Nada é yin ou yang o tempo todo, ou seja, quando um atinge sua expressão máxima, se transforma no outro. Segundo este princípio, duas forças que se complementam compõem tudo que existe, e do equilíbrio dinâmico entre elas surge todo movimento e mutação.

Diagrama Taiji (Yin Yang)
O diagrama do Taiji simboliza o equilíbrio da natureza, da mente e do físico. Yang (branco) e Yin (preto) integrados num movimento contínuo de geração mútua representam a interação destas forças.

A realidade observada é fluída e em constante mutação, na perspectiva da Medicina Tradicional Chinesa (MTC). Portanto, tudo que existe contém tanto o princípio Yin quanto o Yang. O símbolo Taiji expressa esse conceito: o Yin dá origem ao Yang e o Yang dá origem ao Yin.

Os conceitos Yin - Yang associados à Zang - Fu (órgãos e visceras) são utilizados na dinâmica vital da MTC. Cabe aos acupunturistas modernos integrar e verificar até que ponto a teoria chinesa do Yin - Yang pode dar conta das novas realidades orgânicas.

Um claro exemplo da percepção chinesa dessa dinâmica são as descrições que assinalam o aumento da energia Yin durante o período noturno e Yang durante o período do dia, um padrão de organização temporal semelhante ao utilizado em neurofisiologia que identifica o predomínio das ações do sistema nervoso simpático durante a vigília e o dia em oposição ao predomínio parasimpático durante o sono e à noite.

Uma teoria consistente propõe que as duas grandes funções classicamente atribuídas ao Sistema Nervoso Autônomo podem ser identificadas constituindo os sistemas ergotrópico (inicialmente indicado como mecanismos de fuga-luta) para mobilização e utilização de energia e Trofotrópico conservação retirada (reposição de energia), conforme a denominação proposta por Hess, 1957. (Engel)


Em resumo teríamos na classificação chinesa alguns fenômenos fisiológicos onde é possível identificar-se a função e natureza da informação onde:


YIN:  seria o Sistema Trofotrópico representando as atividades do centro de saciedade nutricional - Hipotálamo ventro-medial; Sistema Nervoso Parassimpático; Acetilcolina; Glucagon; hormônio tireoestimulante em processo de elevação diante da diminuição do nível sérico dos hormônios tireoidianos.

YANG: seria do Sistema Ergotrópico representante das atividades do centro do apetite - Hipotálamo lateral; Sistema Nervoso Ortossimpático; Adrenalina – Noradrenalina; Insulina; hormônio tireoestimulante em processo de redução diante da elevação do nível sérico dos hormônios tireoidianos.


Esses conceitos requerem uma atenção especial para semelhança entre ação antagonista de um sistema e agonista do outro, ou seja, conseguimos um mesmo efeito estimulando um sistema ou inibindo seu oposto.


E como diria meu mestre Claudio Lopes: "Isso é Yin e Yang, não é irritante..."